quarta-feira, 9 de março de 2011

Tudo


Estou de olhos fechados, deitado bem a vontade na cama do quarto,  radio toca baixinho uma musica tranquila e a brisa vem tranquila pela janela. Aos poucos te ouço chegar pela porta e tirando os chinelos, te ouço subir devagarzinho na cama e minha orelha fica atenta. O som do lençol arrastando enquanto engatinha na minha direção soa tão delicado e pacifico como quando deita o rosto em meu peito me envolvendo com um dos braços. Passo uma das mãos pela pele delicada do seu braço subindo pelo ombro até seu lindo rosto e, por fim alcançando devagarzinho seus cabelos macios e sedosos, onde estaciono fazendo caricias.
Sua voz me toca baixinha nos ouvidos, graciosa como a beleza que há no canto dos pássaros que anunciam o amanhecer. Conversamos sobre musica, sobre o cotidiano e as estrelas, porém torna-se claro que os assuntos são coadjuvantes no espetáculo maravilhoso que nossas vibrações nos proporcionam. Em dados momentos me confundo entre sonho e realidade, chegando a ficar em dúvida sobre o que realmente acontece e aquilo que sobrevoa minha mente, acabo abrindo os olhos e ao fazê-lo vejo seu rosto aconchegado em meu peito levantar e me olhar nos olhos, não são olhos de sereia que me sorri e depois submerge no mar dos anseios, são olhos de devoção e cumplicidade que me trazem paz. E realmente estava ali, não desapareceu como névoa no ar e nem sequer despertei do que seria um sonho, estava ali, olhando em meus olhos com um sorriso lindo e expressivo nos lábios, em meio a devaneios volto a realidade quando te ouço perguntar “o que foi amor?” Amor, é uma palavra muito curta para expressar um sentimento tão lindo que nos envolve e não creio que haveria alguma que o definisse. “Nada” eu respondo com um sorriso bobo, mas não é nada, com absoluta certeza não é nada, na verdade é tudo. Tudo o que eu sempre quis.

Um comentário: